Novos medicamentos para tratamento da obesidade

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Novos medicamentos para tratamento da obesidade

Novos medicamentos têm sido desenvolvidos para auxiliar no tratamento da obesidade, doença complexa e multifatorial

A obesidade tem se destacado como um dos principais problemas de saúde da atualidade. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem mais de dois bilhões de adultos com sobrepeso e mais de 700 milhões de pessoas consideradas obesas. Além disso, a obesidade infantil também está em ascensão, afetando aproximadamente 340 milhões de crianças e adolescentes.

A obesidade é capaz de desencadear uma série de problemas adjacentes, como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares, alguns tipos de câncer e transtornos emocionais. Por essa razão, é de fundamental importância buscar cada vez mais opções de novos medicamentos para tratamento da obesidade.

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Tratamento medicamentoso para a obesidade

O tratamento medicamentoso para a obesidade envolve o uso de medicamentos aprovados pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para promover perda de peso e manutenção do peso perdido, auxiliando assim na melhora de comorbidades associadas à obesidade e na melhora da qualidade de vida. Esses medicamentos podem incluir inibidores de apetite, reguladores de neurotransmissores ou drogas que afetam a absorção de nutrientes.

Eles são destinados a serem usados em conjunto com mudanças no estilo de vida, como dieta saudável e aumento da atividade física. No entanto, é importante considerar que esses medicamentos têm efeitos colaterais potenciais e nem todos são adequados para todos os indivíduos.

Como funciona?

Alguns medicamentos suprimem o apetite, afetando os centros cerebrais que regulam a fome e a saciedade. Outros podem interferir na absorção de nutrientes, como gordura, no trato digestivo. Além disso, alguns medicamentos podem afetar neurotransmissores, como a serotonina, noradrenalina e dopamina, para influenciar no comportamento alimentar.

Quando é indicado?

Os medicamentos são indicados em situações em que as mudanças no estilo de vida, como dieta e exercícios físicos, não estão proporcionando resultados eficazes ou quando a obesidade apresenta riscos significativos à saúde. Geralmente, eles são considerados quando o índice de massa corporal (IMC) é maior que 30 ou quando o IMC é maior que 27 e há condições de saúde relacionadas à obesidade, como diabetes tipo 2 ou hipertensão.

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Medicamentos atuais para o tratamento da obesidade

Até pouco tempo atrás, as medicações formalmente liberadas para tratamento de obesidade disponíveis no mercado brasileiro eram a sibutramina, o orlistate e a liraglutida.

A sibutramina é uma medicação que atua como um inibidor de recaptação de serotonina e noradrenalina e tem o papel de promover redução do apetite e aumento da saciedade. Os principais efeitos colaterais são boca seca, dor de cabeça, palpitação, agitação e aumento da pressão arterial. É uma medicação contraindicada em pacientes hipertensos descompensados, indivíduos com doença cardiovascular estabelecida (como infarto do miocárdio prévio), pacientes com diabetes que somam mais dois fatores de risco para doença cardiovascular, gestantes, lactantes e pacientes com mais de 60 anos de idade.

Outra medicação utilizada para tratamento de obesidade há muitos anos é o orlistate, que age inibindo a ação da lipase intestinal, enzima que digere as gorduras da alimentação. Dessa forma, cerca de 30% da gordura ingerida na refeição não é absorvida, o que contribui para reduzir o número de calorias. Os principais efeitos colaterais são gastrointestinais, como diarreia, dor abdominal, fezes oleosas e urgência para evacuar. É contraindicado em indivíduos com doenças disabsortivas, gestantes, lactantes e deve ser usado com cuidado em pacientes com cálculo renal, pois pode potencializar o surgimento de novos cálculos.

A liraglutida é uma medicação da classe dos análogos de GLP-1 utilizada para o tratamento de obesidade e diabetes. O GLP-1 é um hormônio intestinal que auxilia na redução do apetite e aumento da saciedade, além de estimular a célula beta do pâncreas a produzir insulina. Já está no mercado há cerca de uma década e promove perda de peso de forma sustentável e segura. Seus principais efeitos colaterais são gastrointestinais como náuseas, vômitos e alteração do hábito intestinal (constipação intestinal e diarreia). Pode ser utilizada em adolescentes a partir dos 13 anos de idade e é contraindicada em gestantes, lactantes e em pacientes com histórico pessoal ou familiar de um tipo menos comum de câncer de tireoide, o carcinoma medular.

Novos medicamentos para tratamento da obesidade

Felizmente, a medicina tem aperfeiçoado suas pesquisas para o desenvolvimento de novos medicamentos para tratamento da obesidade. Existem cada vez mais novas alternativas no mercado, com possibilidade de contemplar um número maior de pacientes.

No ano de 2023, tivemos a aprovação pela ANVISA do uso de semaglutida para o tratamento da obesidade. Essa medicação já existe no Brasil e até então era liberado seu uso apenas para tratamento de diabetes. Até o momento, temos apenas disponível a apresentação comercial para diabetes, o Ozempic®. Em um futuro próximo, a apresentação comercial para obesidade chamada de Wegovy® deve chegar às farmácias. A semaglutida também é uma medicação da classe dos análogos de GLP-1. É de uso subcutâneo e permite aplicação apenas uma vez na semana. Além dessa praticidade, é uma medicação potente, permitindo que os pacientes atinjam uma perda de peso maior, o que contribui ainda mais para a melhora das comorbidades associadas à obesidade.

Além da semaglutida, também podemos citar outros novos medicamentos para tratamento da obesidade como a associação de bupropiona com naltrexona. Essa associação já estava liberada pela ANVISA desde 2021, mas chegou às prateleiras das farmácias em abril de 2023 com o nome comercial de Contrave®. A bupropiona é um inibidor de recaptação de noradrenalina e dopamina e a naltrexona é um antagonista opioide. A combinação dessas duas medicações permite a redução do apetite, auxilia na diminuição do hábito de beliscar e na “recompensa” com comida. Os principais efeitos colaterais são agitação, dor de cabeça e náuseas. É contraindicado em pacientes que têm epilepsia ou já tiveram crises convulsivas previamente.

Em breve, poderemos ter ainda novos medicamentos para tratamento da obesidade chegando no Brasil, como a Tirzepatida, um análogo duplo de GLP-1 e GIP. O GIP é outro hormônio intestinal que também age reduzindo o apetite. Essa medicação acabou de ser liberada no Brasil pela ANVISA, com aprovação no mês de setembro de 2023. Em comparação às demais medicações citadas neste artigo, a Tirzepatida é a que promove as maiores proporções de perda de peso, sendo comparável ao resultado de uma cirurgia bariátrica nos pacientes que respondem bem ao tratamento.

Quem pode indicar esses novos medicamentos para tratamento da obesidade?

Os antigos e novos medicamentos para tratamento da obesidade devem ser associados às mudanças de hábitos de vida orientadas pelo médico endocrinologista. É necessário buscar o auxílio de um médico capacitado no tratamento de obesidade para uma conduta mais assertiva e escolha correta da medicação. A endocrinologia é a especialidade médica recomendada para o tratamento da obesidade e seguimento do paciente durante o período de perda e manutenção de peso e para o manejo das comorbidades associadas à obesidade.

Saiba mais sobre esse e demais tratamentos realizados pela Dra. Milena Miguita. Agende sua consulta!

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Fontes:

Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica

Organização Mundial da Saúde

Referências

Dra. Milena Miguita
CRM: 141.465 – RQE: 56848
Atendimento humanizado e a prezar pelo bem-estar do paciente. Esses são os focos da clínica de endocrinologia da Dra. Milena Miguita.

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