A obesidade é uma doença crônica que pode ser causada por fatores de ordem genética, emocional e ambiental.
A obesidade é uma doença crônica resultante da interação entre diversos fatores genéticos, emocionais e ambientais. Dentro dos fatores ambientais, os hábitos de vida têm um peso importante no desenvolvimento da obesidade. Atualmente, essa doença é considerada um dos principais problemas de saúde no Brasil, chegando a atingir quase 19% da população, de acordo com estimativas do Ministério da Saúde.
O dado acima é bastante preocupante, especialmente se considerarmos que a obesidade aumenta o risco de uma série de condições muito perigosas à saúde do indivíduo. As doenças que podem ser apontadas como principais consequências da obesidade incluem diabetes, doenças cardiovasculares, diversos tipos de câncer, distúrbios de colesterol, problemas osteoarticulares, entre outros.
De maneira bastante resumida, podemos afirmar que o corpo ganha peso sempre que o consumo de calorias supera o gasto energético. Na prática, entretanto, esta relação do organismo com a obesidade não é tão simples assim. A seguir, entenda quais são as principais causas da obesidade e como elas podem ser combatidas:
Descubra as 10 principais causas da obesidade
Hábitos alimentares inadequados
Alimentos industrializados, gordurosos e ricos em açúcar são altamente palatáveis, apresentam baixo custo e são facilmente encontrados em fast-foods e nas prateleiras dos supermercados. Como consequência, o consumo desses alimentos é frequente e em quantidades acima do recomendado, favorecendo o ganho de peso.
Estilo de vida atual
Estresse, privação de sono e hábitos como passar o dia inteiro sentado favorecem o sedentarismo e o consumo de alimentos ricos em gordura e açúcar — que são prejudiciais tanto para o peso como para a saúde.
Tecnologia
O uso do automóvel para a realização de qualquer tipo de deslocamento, bem como a utilização excessiva do computador, celular e televisão são outros fatores que contribuem diretamente para a obesidade e sedentarismo. A grande diversidade de serviços de delivery, com tantas opções de alimentos açucarados e gordurosos, também pode ser apontada como uma das causas da obesidade.
Predisposição genética
A genética está diretamente associada à obesidade, sendo assim filhos de pais obesos têm muito mais chances de desenvolver a doença. A herança genética influencia o metabolismo individual e a maneira como o corpo de cada pessoa estoca a gordura. É importante destacar que apenas a herança genética não leva à obesidade, uma vez que os fatores ambientais contribuem diretamente para a doença.
Uso de medicações específicas
Existem alguns fármacos que têm o ganho de peso como efeito colateral, uma vez que favorecem o aumento do apetite e a deposição de gordura corporal. É o caso, por exemplo, de alguns antidepressivos, antipsicóticos e medicamentos para diabetes. É importante que essas medicações sejam prescritas por especialistas e que o paciente tenha um acompanhamento constante para constatar tais efeitos adversos.
Sedentarismo
A prática regular de atividades físicas é uma das maneiras mais eficazes de fazer com que o corpo queime as calorias ingeridas pela alimentação e mantenha o metabolismo mais elevado, impedindo o acúmulo de gordura e prevenindo a obesidade. O estilo de vida atual acaba favorecendo hábitos mais sedentários, o que contribui diretamente com o aumento da obesidade na população.
Distúrbios emocionais
Comer é uma atividade prazerosa que, muitas vezes, pode funcionar como mecanismo de compensação ou válvula de escape quando o indivíduo sofre alguma perda ou está sofrendo por alguma razão. Alguns distúrbios alimentares específicos, como a bulimia e o transtorno de compulsão alimentar periódico, têm relação direta com o ganho de peso em alguns pacientes.
Redução do tabagismo
Parar de fumar traz muitos benefícios à saúde, mas também traz efeitos colaterais como o aumento do apetite. Por isso, a redução do tabagismo pode ser apontada como uma das causas da obesidade.
Exposição a fatores ambientais
Poluição e disruptores endócrinos podem afetar o funcionamento do organismo de diversas formas, aumentando o risco de doenças como obesidade, diabetes, câncer, infertilidade, entre outros.
Disruptores endócrinos são substâncias químicas não naturais que interferem na ação dos hormônios. Alguns exemplos comuns incluem pesticidas (DDT) e substâncias utilizadas em plásticos, produtos de higiene pessoal e recipientes para alimentos (BPA e ftalatos). Acredita-se que algumas dessas substâncias químicas desregulem a parte do sistema endócrino responsável pelo metabolismo, equilíbrio energético e apetite, resultando em ganho de peso.
Alterações hormonais
Os distúrbios hormonais são muitas vezes apontados como uma das principais causas da obesidade. Porém, é importante saber que as doenças que favorecem um ganho de peso mais significativo são pouco frequentes, como por exemplo a síndrome de Cushing, um tumor específico produtor de insulina (insulinoma) e a obesidade hipotalâmica.
Outras doenças endócrinas que também podem favorecer o ganho de peso são o hipotireoidismo, o hipogonadismo e a deficiência de GH no adulto.
O período de menopausa nas mulheres é uma fase da vida associada ao ganho de peso e à mudança na distribuição da gordura corporal. Nos homens, o processo de envelhecimento resulta em uma redução mais gradual da testosterona ao longo dos anos, o que também está associado a um aumento de massa gorda e redução de massa muscular.
Levando em consideração todas as causas da obesidade, fica claro que ninguém se torna obeso porque quer ou por ser preguiçoso. É uma condição crônica multifatorial que precisa ser encarada com respeito.
Qual o melhor tratamento para obesidade?
Uma vez que há diversas causas, não é possível apontar um único e definitivo tratamento da obesidade. A base do tratamento para perda de peso certamente é a restrição de calorias ingeridas, mas apenas esta recomendação não é suficiente para que o indivíduo supere a doença.
É necessário que o paciente passe por uma avaliação que engloba exames laboratoriais, análise de seus hábitos de vida, padrões alimentares, histórico familiar e até mesmo avaliação da saúde emocional. Com isso é possível identificar as causas da obesidade e elaborar uma estratégia de tratamento adequada e individualizada.
A endocrinologia é a especialidade médica capaz de identificar as causas da obesidade e tratar a doença de forma correta, sempre priorizando a qualidade de vida e o bem-estar do paciente.
Entre em contato e agende uma consulta em um dos consultórios da Dra. Milena Miguita.
Fontes:
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia;
Endocrinologista Dra. Milena Miguita.