Dois profissionais que buscam tratar doenças crônicas, o endocrinologista e o médico ortomolecular têm muitas diferenças. Leia mais.

A medicina ortomolecular atua na prevenção de doenças crônicas a partir de mudanças no hábito alimentar e na suplementação de nutrientes, buscando reduzir a concentração dos radicais livres circulantes. Dado que muitos desses quadros também são desordens metabólicas, é importante compreender a diferença entre endocrinologista e médico ortomolecular.
O que é a medicina ortomolecular?
A medicina ortomolecular consiste em um conjunto de práticas que, a partir de um diagnóstico alimentar, busca identificar os nutrientes que estão em falta ou em excesso no organismo e definir uma dieta adequada para alcançar o equilíbrio de vitaminas, micronutrientes e radicais livres. Nesse sentido, pacientes com doenças crônicas e aqueles que desejam retardar o envelhecimento têm recorrido a essas práticas terapêuticas.
Porém, é importante destacar que a prática de medicina ortomolecular não é reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina como uma especialidade médica e por isso não existe uma recomendação formal para a procura desses tratamentos. Alguns tratamentos recomendados não têm uma base científica sólida com estudos clínicos robustos.
Endocrinologista e medicina ortomolecular são a mesma coisa?
Endocrinologista e médico ortomolecular não são a mesma coisa.
A endocrinologia é uma especialidade médica reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina. O médico endocrinologista atua no diagnóstico, tratamento e prevenção de patologias relacionadas ao metabolismo e às glândulas endócrinas. O conhecimento profundo em fisiologia das glândulas endócrinas e dos hormônios somado aos conceitos sobre metabolismo é aplicado na prática clínica do consultório. Os tratamentos propostos dentro da endocrinologia são todos embaçados por literatura científica de qualidade.
Assim, a partir de uma história clínica completa, exame físico detalhado e exames complementares bem indicados, o endocrinologista consegue compreender o paciente como um todo e definir diagnósticos relacionados a desarranjos hormonais e metabólicos.
Dentre as principais doenças que são tratadas pelo endocrinologista, estão:
- Diabetes mellitus;
- Obesidade;
- Doenças da tireoide, como hipertireoidismo, hipotireoidismo e nódulos;
- Osteoporose;
- Dislipidemia;
- Doenças da glândula adrenal;
- Doenças da hipófise, como adenomas hipofisários.
Apesar da endocrinologia e da medicina ortomolecular terem relação com mudanças de hábitos de vida, há muitas diferenças entre os tratamentos de cada uma. Falaremos sobre isso a seguir.
Qual a principal diferença entre fazer um tratamento ortomolecular e um tratamento com um endocrinologista?
Como já mencionado, o tratamento ortomolecular é baseado em uma dieta equilibrada, com administração de suplementos e mudanças no estilo de vida, buscando reduzir a quantidade de radicais livres circulantes e a melhora da saúde.
Já os tratamentos indicados pelo endocrinologista dependem da patologia do paciente. Podem envolver bloqueio de glândulas que estejam produzindo hormônios em excesso ou, ao contrário, a reposição de hormônios deficientes. Além disso, pode envolver prescrição de medicamentos para controle de glicemia e redução de apetite. Em paralelo, estratégias de medicina preventiva também são realizadas, guiando o paciente na melhora dos hábitos de vida.
Por isso, pode-se dizer que os tratamentos instituídos pelo endocrinologista e médico ortomolecular são muito diferentes.
Como um endocrinologista combate os radicais livres, que é uma das bases da terapia ortomolecular?
Uma das diferenças entre o endocrinologista e o médico ortomolecular é a forma como cada especialista enxerga e lida com os radicais livres, moléculas que podem danificar as células e induzir o aparecimento de doenças crônicas. Enquanto o médico ortomolecular combate o excesso dessas moléculas com a suplementação dietética, o endocrinologista orquestra a terapia medicamentosa aos hábitos saudáveis, visto que o estilo de vida tem muita relação com a formação dos radicais livres no organismo.
Assim, a diferença entre o endocrinologista e o médico ortomolecular é que o endocrinologista atua nas bases da doença crônica, que envolve também a qualidade de sono e a prática de exercícios físicos, além da alimentação saudável. Junto à terapia medicamentosa, essas práticas ajudam a combater a formação dos radicais livres e a envelhecer de forma saudável.
Quais os fatores de risco para a formação dos radicais livres?
Os principais fatores de risco para a formação dos radicais livres são:
- Exposição excessiva a poluentes atmosféricos;
- Alimentação rica em gorduras saturadas;
- Excesso de bebida alcoólica e tabagismo;
- Exposição frequente a tipos diferentes de radiação.
Como o organismo se defende dos radicais livres?
A forma como o organismo humano se defende dos radicais livres em excesso é a partir de reações enzimáticas que reparam os danos celulares causados por essas moléculas. Porém, com o avançar da idade, esse processo de neutralização dos radicais livres vai decaindo e o organismo vai perdendo tal habilidade.
O tratamento da obesidade feito pela medicina ortomolecular é o mesmo feito pelo endocrinologista?
O tratamento da obesidade feito pelo endocrinologista e pelo médico ortomolecular não é o mesmo.
O endocrinologista trata a obesidade como uma patologia metabólica crônica. A partir da identificação das possíveis causas relacionadas ao ganho de peso (genética, erros alimentares, privação de sono, estresse, entre outros), é proposto o tratamento que envolve desde a necessidade de mudanças de hábitos de vida até o uso de medicações que regulam os mecanismos de fome e saciedade.
Já a base do tratamento do médico ortomolecular é a mudança na dieta do paciente, alinhando os nutrientes necessários e prescrevendo suplementos.
A indicação direta para essas duas especialidades varia?
Como a medicina ortomolecular não é uma especialidade médica reconhecida, não existe uma indicação formal para essa prática médica.
Agende uma consulta e saiba mais sobre esse e demais assuntos com a Dra. Milena Miguita.
Fonte:
– Conselho Federal de Medicina