Descubra os detalhes sobre essa condição médica que afeta a saúde dos ossos
Com o avanço da idade, o corpo naturalmente passa por transformações. O enfraquecimento dos ossos é uma delas. Mais comum em pessoas idosas, a osteoporose é uma doença que confere um maior risco de fraturas, principalmente na coluna e no fêmur.
O melhor caminho para lidar com a osteoporose é a prevenção. O cuidado com o estilo de vida e a orientação de um endocrinologista são ferramentas importantes para diminuir os efeitos da perda de densidade óssea e, consequentemente, o risco de fraturas na terceira idade.
Para entender os principais fatores de risco, causas, sintomas e tratamentos possíveis para a osteoporose continue a leitura.
O que é osteoporose?
O enfraquecimento dos ossos, que é o resultado da osteoporose, acontece por conta do aumento da porosidade e diminuição da densidade dos ossos. Como consequência, pequenos impactos já são capazes de provocar fraturas nos ossos, que ficam mais frágeis.
Causas e fatores de risco da osteoporose
A osteoporose é uma condição médica que pode afetar qualquer pessoa, mas existem algumas causas e fatores de risco que costumam estar associadas a uma maior prevalência dessa patologia.
Gênero
Apesar de ser possível encontrar pacientes com osteoporose em ambos os sexos, é mais comum a prevalência em mulheres, principalmente aquelas que já passaram da menopausa.
Isso porque a redução do estrogênio após a menopausa leva a um aumento no remodelamento ósseo, resultando na perda da densidade óssea principalmente nos primeiros anos após a menopausa.
Baixo consumo de cálcio e vitamina D
O consumo de cálcio é essencial para a construção do osso ao longo da infância e adolescência, atingindo o pico da massa óssea na idade adulta. A vitamina D é essencial para que o cálcio seja absorvido no intestino. Assim, a deficiência desses importantes elementos para uma boa saúde óssea são fatores de risco para o aumento da fragilidade e desenvolvimento da osteoporose. Nosso corpo produz a vitamina D a partir da exposição à luz solar ou podemos ingerir essa vitamina na forma de suplementos e o cálcio é encontrado principalmente no leite e seus derivados.
Doenças crônicas
Algumas doenças crônicas, como o diabetes, são capazes de diminuir a resistência óssea e contribuir para o aparecimento da osteoporose. Doenças endócrinas como a síndrome de Cushing, o hipertireoidismo e o hiperparatireoidismo também são causas de osteoporose e nesse caso costumam acometer pacientes mais jovens.
A deficiência de testosterona em homens também é um fator de risco para desenvolver osteoporose. Assim como o estrogênio protege a massa óssea das mulheres, a testosterona tem o mesmo papel nos homens.
O uso de medicamentos para tratamento de doenças inflamatórias crônicas e autoimunes, como os glicocorticoides, são um importante fator de risco para o desenvolvimento da osteoporose.
Doenças que geram má absorção de nutrientes como a doença celíaca, também são fatores de risco para a osteoporose.
Maus hábitos
O sedentarismo, tabagismo, baixa exposição solar e uma alimentação pobre em leite e derivados podem contribuir para a diminuição da densidade óssea.
Envelhecimento
Com o crescimento, é comum que os ossos atinjam o ápice da sua densidade durante a fase adulta por volta da terceira década de vida. Após a terceira década de vida, inicia-se um lento processo de perda de massa óssea ao longo dos anos. Assim, o envelhecimento é um fator de risco para o desenvolvimento de osteoporose. A somatória de outros fatores ao envelhecimento como citamos acima (tabagismo, baixo consumo de cálcio, doenças crônicas) aumenta a velocidade da perda de osso.
Sintomas
Mesmo sendo uma condição médica séria, a osteoporose nem sempre dá sinais claros do que está acontecendo. É comum ouvir relatos de pacientes que nunca tiveram sintomas antes de apresentarem uma fratura.
Veja alguns sinais e sintomas que podem indicar a presença de osteoporose:
- Dor crônica na região das costas;
- Diminuição de estatura;
- Deformações ósseas;
- Fraturas com pouco ou nenhum impacto.
Diagnóstico
Sempre que existir qualquer suspeita de osteoporose, é fundamental buscar ajuda médica. Só um profissional poderá indicar o melhor tratamento e realizar o diagnóstico corretamente.
O diagnóstico é confirmado por um exame chamado densitometria óssea, que analisa a densidade óssea da coluna e do fêmur. Além disso, é necessário avaliar os níveis séricos de cálcio, vitamina D e função renal. Em alguns casos, podem ser solicitados outros exames para investigar a causa da osteoporose, como dosagem de testosterona, testes de cortisol e dosagem de PTH.
Para a investigação de fraturas, podem ser solicitados radiografias de ossos longos e de coluna.
Alguns casos costumam levantar mais suspeitas durante a consulta por conta de fatores de risco associados, como mulheres acima de 65 anos e pessoas que sofreram com fraturas de pouco impacto.
Tratamento da osteoporose
O tratamento da osteoporose inclui o uso de medicamentos e mudanças no estilo de vida, como descrito abaixo:
- Suplementação de cálcio e vitamina D;
- Medicamentos para melhorar a massa óssea, como os bifosfonatos por exemplo;
- Prática de atividades físicas;
- Reposição hormonal em alguns casos.
Quando a osteoporose acontece em pacientes mais jovens, é essencial realizar a investigação de causas secundárias e tratar de forma adequada a doença que resultou na osteoporose.
Prevenção da osteoporose
Quando os fatores de risco são bem gerenciados é possível evitar o desenvolvimento da osteoporose. É mais simples prevenir a osteoporose do que tratar a dor crônica resultante de uma fratura de coluna. Assim, algumas práticas recomendadas são:
- Prática regular de exercícios físicos. Exercícios ajudam a aumentar a massa óssea e a fortalecer a massa muscular;
- Ingestão de cálcio, de preferência com uma alimentação rica em leite e/ou seus derivados;
- Manter o peso adequado;
- Evitar o tabagismo;
- Reposição hormonal após a menopausa, quando não houver contraindicação;
- Exposição à luz solar e quando não for possível tomar sol, suplementar vitamina D;
- Evitar o consumo de bebidas alcoólicas em excesso;
- Realizar a prevenção de quedas em idosos (retirar tapetes e outros obstáculos dos cômodos, ambientes bem iluminados, colocar barras de proteção).
Prognóstico e recomendações
A osteoporose pode ser controlada com as opções terapêuticas disponíveis no mercado, mas o alto custo de algumas medicações dificulta o acesso aos tratamentos.
As medicações são capazes de aumentar a massa óssea, melhorando a qualidade de vida do paciente e reduzindo as chances de desenvolver fraturas que podem trazer sérias limitações à vida do paciente.
O controle dos fatores de risco pode evitar o aparecimento da osteoporose e melhorar os sintomas caso ela se desenvolva.
Como um endocrinologista pode te ajudar?
A orientação especializada sempre é o melhor caminho para a prevenção da osteoporose. Com o tratamento adequado indicado por um endocrinologista, a osteoporose pode ser controlada e o risco de fratura ser reduzido.
O acompanhamento médico regular, junto com a realização de exames de rotina, é essencial para diagnosticar a perda da densidade óssea o quanto antes para evitar quedas e fraturas, especialmente na população já idosa.
Um bom endocrinologista poderá indicar reposição hormonal no caso de mulheres com menopausa, além de orientar quanto a necessidade de suplementação de cálcio, vitamina D e uma dieta equilibrada para fortalecer a massa óssea.
Além disso, também é o médico endocrinologista que pode orientar quanto a medidas de prevenção à osteoporose e indicar caminhos para uma melhor qualidade de vida.
Saiba mais sobre esse e demais tratamentos realizados pela Dra. Milena Miguita.
Fonte:
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia