Conheça mais sobre a doença e suas chances de cura
O câncer de tireoide é o tumor endocrinológico mais comum e o mais importante dos tumores malignos que afetam a região da cabeça e do pescoço. A doença atinge cinco vezes mais as mulheres do que os homens.
Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca), para o ano de 2022, cerca de 5 mil novos casos foram diagnosticados.
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O que é o câncer de tireoide?
O câncer de tireoide se desenvolve na tireoide, uma glândula com formato parecido com o de uma borboleta, de cerca de cinco centímetros de diâmetro, localizada no pescoço.
A tireoide é uma das maiores glândulas do organismo, e sua função é estimular e regular a liberação de hormônios que influenciam no funcionamento de todo o nosso corpo — metabolismo, respiração, frequência cardíaca, humor e temperatura corporal.
A maioria dos casos pode ser curável e quase sempre é assintomática.
Tipos de câncer de tireoide
O câncer de tireoide é classificado com base nos tipos de células encontradas no tumor. São eles:
- Carcinoma papilífero: está presente em cerca de 70 a 80% dos casos de câncer de tireoide. Em geral, acomete com mais frequência pessoas jovens, é pouco agressivo e descoberto em exames de rotina;
- Carcinoma folicular: responsável por 10% a 30% dos casos, costuma ocorrer depois dos 35 anos de idade. É mais agressivo do que o carcinoma papilífero, mas tem boas chances de cura. Existe uma variante deste tipo de câncer de tireoide chamada carcinoma das células de Hurthle, que corresponde a 4% de todos os tumores de tireoide e é mais agressiva do que o tipo folicular;
- Carcinoma medular: trata-se de um câncer de tireoide que pode ter origem genética e secretar calcitonina, uma proteína que pode levar à calcificação dos ossos. Cerca de 5% dos casos de câncer de tireoide podem ser do tipo medular. Ele tem como característica ser mais agressivo do que os carcinomas papilíferos e foliculares;
- Carcinoma anaplásico: é um dos tumores mais agressivos. Tem crescimento rápido, com alto risco de obstrução das vias aéreas. Corresponde a 2% de todos os casos de câncer de tireoide.
Há ainda outros tipos de tumores, mais raros, como os linfomas e os sarcomas, que podem se disseminar pela circulação linfática, acometendo os linfonodos do pescoço, ou pela circulação sanguínea, podendo migrar para os pulmões e os ossos.
Causas e fatores de risco do câncer de tireoide
As causas exatas do desenvolvimento deste câncer não são conhecidas, porém, existem alguns fatores de risco que podem estar relacionados à doença, incluindo:
- Ter entre 25 e 65 anos;
- Ser do sexo feminino;
- Obesidade;
- Ser exposto à radiação na cabeça e pescoço quando bebê ou criança ou ser exposto à precipitação radioativa. Nesses casos, o câncer de tireoide pode surgir em até cinco anos após a exposição;
- Ter histórico de bócio (tireoide aumentada);
- Ter histórico familiar de doença da tireoide ou câncer de tireoide;
- Ser portador de algumas condições genéticas, como câncer medular familiar de tireoide, síndrome de neoplasia endócrina múltipla tipo 2A ou síndrome de neoplasia endócrina múltipla tipo 2B;
- Ser de origem asiática.
Sinais e sintomas do câncer de tireoide
O câncer de tireoide pode não apresentar sintomas quando os tumores são pequenos. Muitas vezes, quando surgem alguns sinais, estes aparecem quando o câncer está em estágio mais avançado. Entre eles, são mais comuns:
- Nódulo no pescoço, que pode ter crescimento rápido;
- Dor na parte da frente do pescoço, que pode irradiar para os ouvidos;
- Rouquidão ou mudança no timbre de voz que não passa com o tempo;
- Dificuldade para engolir;
- Dificuldade para respirar;
- Tosse que não passa.
Diagnóstico do câncer de tireoide
Existem vários exames que podem ser solicitados pelo médico para diagnosticar este tipo de câncer. São eles:
- Exame físico: o médico avalia a presença de alguns sinais que podem indicar a suspeita de câncer de tireoide, como nódulos, inchaço no pescoço e nos gânglios linfáticos. Um histórico dos hábitos de saúde do paciente e doenças e tratamentos anteriores também são observados;
- Laringoscopia: por meio de um equipamento chamado laringoscópio, um instrumento fino, semelhante a um tubo, com uma luz e uma lente para visualização, que é inserido pela boca do paciente, é possível verificar se a presença de alguma alteração na tireoide;
- Exames de avaliação hormonal: por meio de um exame de sangue, é possível medir as quantidades de certos hormônios liberados por órgãos e tecidos do corpo. Uma quantidade incomum (maior ou menor do que o normal) de uma substância pode ser um sinal de doença no órgão ou tecido que a produz;
- Exame de sangue: realizado para medir a quantidade de certas substâncias, como cálcio, liberadas no sangue por órgãos e tecidos do corpo. Uma quantidade incomum (maior ou menor do que o normal) de uma substância pode ser um sinal de câncer de tireoide;
- Ultrassom: o exame avalia o tamanho de um nódulo na tireoide e se é sólido ou um cisto cheio de líquido. A ultrassonografia também pode ser usada para guiar uma biópsia aspirativa por agulha fina;
- Biópsia aspirativa por agulha fina: por meio de uma agulha fina, o médico remove várias amostras de tecido de diversas partes da tireoide para análise anatomopatológica. É o exame que fecha o diagnóstico;
- Biópsia cirúrgica: o cirurgião remove o nódulo presente na tireoide ou um lobo da tireoide durante a cirurgia para que as células e tecidos possam ser analisados em laboratório.
Tratamento do câncer de tireoide
O tratamento padrão do câncer de tireoide é cirúrgico, quando é removida parte ou toda a glândula tireoide, além de nódulos linfáticos anormais. Alguns cirurgiões também removem os linfonodos próximos, mesmo se eles não apresentarem alterações visíveis.
Outros tratamentos incluem:
- Terapia hormonal: esse tratamento para câncer de tireoide bloqueia a liberação de hormônios que podem fazer com que o câncer se espalhe ou volte;
- Iodoterapia: consiste na ingestão de uma pequena quantidade de iodo radioativo para destruir o tecido tireoidiano não removido pela cirurgia. O iodo radioativo também pode ajudar a tratar o câncer de tireoide que se espalhou para os nódulos linfáticos e outras partes do corpo;
- Radioterapia: tratamento que usa a radiação para matar as células cancerígenas e impedir seu crescimento;
- Quimioterapia: o paciente faz uso de medicações intravenosas ou orais com o objetivo de matar as células cancerosas e interromper a evolução da doença.
Prognóstico e prevenção
A única maneira de prevenir o câncer de tireoide é evitando os fatores de risco mencionados anteriormente.
Este tipo de câncer tem bom prognóstico quando diagnosticado e tratado em estágio inicial. Saiba mais sobre esse e demais tratamentos realizados pela Dra. Milena Miguita.
Fontes