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Adenoma adrenal: causas, sintomas e tratamento

Ilustração medicamente precisa do câncer da glândula adrenal

Tumor benigno da glândula adrenal frequentemente achado de forma incidental em exames de imagem de abdome

As glândulas adrenais, também conhecidas como glândulas suprarrenais, são estruturas endócrinas localizadas acima dos rins. Elas consistem em duas partes distintas: o córtex adrenal, responsável pela produção de hormônios como cortisol, aldosterona e andrógenos, e a medula adrenal, que produz hormônios como adrenalina e noradrenalina, desempenhando um papel fundamental na resposta do corpo ao estresse, regulação do metabolismo, equilíbrio de fluidos e regulação da pressão arterial.

Quero tratar uma doença endócrina!

O que é um adenoma adrenal?

Um adenoma adrenal é um tumor benigno que se desenvolve no córtex das glândulas adrenais. Esses adenomas são geralmente pequenos e não cancerosos, o que significa que eles não têm a capacidade de se espalhar para outras partes do corpo. A maioria dos adenomas é não funcionante, ou seja, não produzem hormônios. No entanto, cerca de 15% dos adenomas podem produzir algum tipo de hormônio em excesso, podendo acarretar problemas de saúde.

Quando detectamos um tumor na medula adrenal, isso não é chamado de adenoma. Nessa parte da glândula podem aparecer tumorações chamadas de feocromocitomas, que podem levar à secreção excessiva de adrenalina e noradrenalina, resultando em episódios de aumento da pressão arterial, palpitações e ansiedade.

Tipos de adenomas adrenais

O adenoma adrenal pode ser categorizado em dois subtipos: não funcionantes, ou seja, não produtores de hormônios e os funcionantes. Os adenomas funcionantes podem ser classificados de acordo com o hormônio que produzem em excesso, como cortisol, aldosterona ou hormônios andrógenos.

Um adenoma produtor de aldosterona causa o hiperaldosteronismo primário, resultando em hipertensão arterial de início precoce. Nesses casos, o tratamento da hipertensão pode ser mais difícil, sendo necessárias várias classes de anti-hipertensivos para obter um controle mínimo da pressão arterial. Além disso, alguns pacientes podem apresentar níveis baixos de potássio no sangue.

Adenomas que produzem cortisol em excesso levam à síndrome de Cushing, caracterizada por ganho de peso com acúmulo de gordura principalmente em região abdominal, hematomas espontâneos, fraqueza muscular, aumento de glicemia e aparecimento de estrias grossas pelo corpo.

Por fim, adenomas produtores de andrógenos são menos comuns e causam aumento de pelos, queda de cabelos, acne, alterações no ciclo menstrual, podendo causar virilização nas pacientes do sexo feminino.

Qual é a causa dos adenomas adrenais?

A causa exata do adenoma adrenal ainda não é completamente compreendida pela ciência. A maior parte dos adenomas de adrenal aparece de forma esporádica.

Uma pequena parcela dos pacientes apresenta fatores genéticos, que quando presentes, desempenham um papel importante em seu desenvolvimento. Podemos citar algumas síndromes genéticas que aumentam o risco de desenvolver adenoma adrenal, como a síndrome de Gardner e neoplasia endócrina múltipla do tipo 1.

Quais são os sintomas de um adenoma adrenal

Os sintomas de um adenoma adrenal podem variar dependendo dos hormônios que estão sendo produzidos em excesso.

Como já mencionado anteriormente, abaixo listamos alguns sinais e sintomas que podem estar associados ao adenoma adrenal funcionante:

  • Hipertensão arterial de difícil controle;
  • Ganho de peso inexplicado;
  • Fragilidade capilar;
  • Estrias roxas na pele;
  • Aumento de glicemia;
  • Aumento de pelos pelo corpo, queda de cabelo e menstruação irregular em mulheres;
  • Fraqueza muscular.

É importante notar que nem todos os adenomas adrenais apresentarão sintomas, já que a maioria deles não produz hormônios. Além disso, alguns podem ser descobertos incidentalmente durante exames médicos realizados por outros motivos. Se uma pessoa está experimentando sintomas sugestivos de um adenoma adrenal, é aconselhável procurar orientação médica para avaliação e diagnóstico adequados, sobre os quais falaremos melhor abaixo.

Como é o diagnóstico?

O diagnóstico de um adenoma adrenal geralmente envolve uma combinação de avaliação clínica, exames de imagem e testes laboratoriais. Exames de imagem, como tomografia computadorizada ou ressonância magnética, são frequentemente utilizados para identificar a presença e características do tumor, como tamanho e localização.

Além disso, exames de sangue para medir os níveis hormonais, como cortisol, aldosterona, renina e DHEAS, podem ajudar a determinar se o tumor está produzindo hormônios em excesso.

Já com relação à distinção entre lesões adrenais benignas e malignas, a maioria das lesões são benignas, ou seja, não cancerosas. Através de exames de imagem e testes laboratoriais, é possível identificar características que sugerem benignidade, como tamanho do tumor, velocidade de crescimento, padrões de contraste nas imagens e níveis hormonais específicos.

O diagnóstico precoce e preciso é crucial para determinar a abordagem terapêutica adequada e o monitoramento contínuo do tumor.

Tratamento do adenoma adrenal

O tratamento de um adenoma adrenal depende do tamanho da lesão, se está causando sintomas e se está produzindo hormônios em excesso. Adenomas que não causam sintomas ou distúrbios hormonais podem ser monitorados ao longo do tempo por meio de exames de imagem regulares para avaliar o tamanho e a progressão do tumor.

Quando o adenoma adrenal produz hormônios em excesso ou está crescendo rapidamente, a cirurgia é necessária para remover a glândula adrenal afetada. A intervenção cirúrgica é feita pelo médico urologista e pode ser realizada através de técnicas minimamente invasivas, como a laparoscopia, ou cirurgia aberta convencional, dependendo das circunstâncias individuais.

Além disso, alguns casos também demandam tratamento medicamentoso para bloquear a produção hormonal excessiva e controlar a pressão arterial antes do procedimento cirúrgico.

Qual médico trata os adenomas adrenais?

Os adenomas adrenais são tratados por endocrinologistas, médicos especializados no diagnóstico e tratamento de distúrbios hormonais e doenças das glândulas endócrinas, incluindo as glândulas adrenais. Em alguns casos, pode ser necessária a colaboração de cirurgiões especializados para procedimentos de remoção do tumor, como os urologistas.

Qual é o prognóstico?

O prognóstico do adenoma adrenal é geralmente favorável, uma vez que a grande maioria desses tumores é benigna. Com o diagnóstico precoce, tratamento adequado e monitoramento regular, os pacientes podem ter uma boa qualidade de vida e controle dos sintomas.

Saiba mais sobre esse e demais tratamentos realizados pela Dra. Milena Miguita. Agende sua consulta!

 

Fontes:

Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia

Grumbach MM, Biller BM, Braunstein GD, et al. Management of the clinically inapparent adrenal mass (“incidentaloma”). Ann Intern Med 2003; 138:424.