Muitas pessoas têm optado por essa alternativa ao açúcar para adoçar os alimentos e bebidas, mas dúvidas acerca de sua segurança seguem assombrando as pessoas
O adoçante é uma substância utilizada para conferir sabor doce aos alimentos e bebidas, sem fornecer as calorias presentes no açúcar comum. No entanto, sua ampla variedade e diferentes tipos, como adoçantes artificiais e naturais, frequentemente geram dúvidas no dia a dia daqueles que buscam adquirir hábitos saudáveis.
As preocupações envolvem o questionamento se o uso de adoçante é seguro, inclusive pensando no consumo no longo prazo, e se há impacto nos níveis de açúcar no sangue. Assim, a busca por informações claras e embasadas cientificamente é importante para tomar decisões sobre o uso desses produtos na dieta.
Tipos de adoçantes
Existem diversos tipos de adoçantes disponíveis no mercado, cada um com características específicas, o que reforça o questionamento que muitas pessoas fazem se o uso do adoçante é seguro. Alguns deles incluem:
- Adoçantes artificiais: compostos químicos que conferem sabor doce sem adicionar calorias significativas à dieta. Exemplos incluem aspartame, sacarina, ciclamato e acessulfame-K;
- Adoçantes naturais: são obtidos a partir de fontes naturais e geralmente são menos processados. Alguns exemplos são o xilitol, eritritol e estévia;
- Sucralose: é um adoçante derivado do açúcar, porém passa por um processo químico que elimina as calorias, sendo cerca de 600 vezes mais doce que o açúcar;
- Monk Fruit: também conhecido como “fruta do monge”, é um adoçante natural extraído da fruta homônima, que é muito mais doce que o açúcar e possui pouquíssimas calorias;
- Açúcar de coco: feito a partir da seiva das flores do coqueiro e possui um índice glicêmico menor que o açúcar comum;
- Eritritol: é um álcool de açúcar que possui um sabor doce semelhante ao açúcar, mas com menos calorias.
O uso de adoçantes é seguro em uma alimentação equilibrada?
É incerto afirmar se o uso de adoçantes é seguro em todos os tipos de alimentação, já que o tema ainda gera debates e controvérsias. Alguns estudos sugerem que adoçantes artificiais, quando consumidos dentro dos limites recomendados, podem ser uma alternativa para reduzir a ingestão de calorias provenientes do açúcar refinado, o que pode ser benéfico para pessoas que buscam perder peso ou controlar a diabetes.
No entanto, é importante lembrar que os efeitos a longo prazo do consumo excessivo de adoçantes ainda não são completamente compreendidos, e alguns estudos indicaram possíveis associações com problemas metabólicos e impactos na microbiota intestinal. Portanto, a moderação e a variedade são essenciais em uma alimentação equilibrada, e a escolha de adoçantes deve ser feita com base nas necessidades individuais e sob orientação de profissionais de saúde.
Uso de adoçante para quem quer emagrecer
Em 2023, a OMS publicou uma recomendação sobre o uso de adoçantes em dietas com objetivo de perda de peso. No geral, a entidade afirma que não apoia o uso de adoçantes como estratégia de tratamento de obesidade e controle de peso. Isso porque pessoas que consomem uma quantidade maior de adoçantes geralmente o fazem às custas de alimentos industrializados. A estratégia mais saudável no longo prazo seria o aumento do consumo de alimentos in natura, como frutas e vegetais, o que vai na contramão do consumo de produtos industrializados.
Isso não quer dizer que você não deva usar adoçantes. O recado principal é rever a qualidade da alimentação ingerida e respeitar as quantidades máximas permitidas de cada tipo de adoçante, tendo em mente que ainda faltam estudos de qualidade para realmente afirmar com maior nível de evidência os efeitos dessas substâncias no longo prazo.
Benefícios e preocupações do adoçante
O questionamento “o uso de adoçantes é seguro?” é pertinente, mas é preciso afirmar que o consumo dessa substância também apresenta alguns benefícios, a saber:
- Redução de calorias: adoçantes sem ou com baixas calorias podem ajudar a reduzir a ingestão de calorias;
- Controle do açúcar no sangue: para pessoas com diabetes, adoçantes podem ser uma alternativa para adoçar alimentos e bebidas sem elevar significativamente os níveis de açúcar no sangue;
- Prevenção de cáries: adoçantes não calóricos não contribuem para a formação de cáries, tornando-os uma opção melhor para a saúde bucal do que o açúcar refinado.
Já as preocupações e controvérsias que geram a dúvida “o uso de adoçantes é seguro?” também são pertinentes e devem ser apontadas:
- Efeito na microbiota intestinal: alguns estudos sugeriram que adoçantes artificiais podem afetar a composição da microbiota intestinal, o que pode ter consequências para a saúde digestiva e o metabolismo;
- Desejo por alimentos doces: o consumo de adoçantes artificiais pode manter ou até mesmo aumentar o desejo por alimentos doces, o que pode prejudicar os esforços de controle do peso;
- Potenciais efeitos metabólicos a longo prazo: alguns estudos levantaram preocupações sobre os efeitos a longo prazo do consumo de adoçantes no metabolismo e na regulação da fome, embora mais pesquisas sejam necessárias para entender completamente esses impactos;
- Reações adversas individuais: algumas pessoas podem experimentar reações adversas ao consumir adoçantes, como dores de cabeça, desconforto gastrointestinal ou alergias;
- Variação na segurança: nem todos os adoçantes são iguais em termos de segurança. Alguns adoçantes foram rigorosamente testados e são considerados seguros, enquanto outros foram menos estudados e seus efeitos no consumo de longo prazo ainda precisam ser acompanhados.
Principais mitos e verdades sobre o uso seguro do adoçante
Abaixo, vamos destacar alguns mitos e verdades acerca do uso desse tipo de produto na alimentação para você que chegou até aqui para descobrir se o uso de adoçantes é seguro.
Os adoçantes fazem mal à saúde?
Até o momento, não há evidências conclusivas de que o consumo moderado de adoçantes aprovados para uso seja prejudicial à saúde, mas questões sobre seu impacto a longo prazo ainda estão sendo estudadas.
Tem ação contra as cáries?
Sim, adoçantes sem ou com baixas calorias não contribuem para a formação de cáries, tornando-os uma opção melhor para a saúde bucal do que o açúcar refinado.
Ajuda quem tem diabetes
Sim, adoçantes são úteis para pessoas com diabetes, pois podem ajudar a adoçar alimentos e bebidas sem causar aumentos significativos nos níveis de açúcar no sangue.
São todos artificiais
Não, adoçantes podem ser divididos em duas categorias principais: artificiais e naturais. Os artificiais, como o aspartame, a sacarina e a sucralose, são criados em laboratório. Por outro lado, os naturais, como o estévia e o eritritol, são extraídos de fontes naturais e têm menos processamento industrial.
Não podem ir ao fogo
Alguns adoçantes, especialmente os artificiais, podem perder suas propriedades de adoçamento quando expostos a altas temperaturas, como durante o cozimento. Isso pode afetar o sabor e a doçura dos alimentos.
Existe um limite para o consumo seguro de adoçantes
Sim, existe um limite para o consumo seguro de adoçantes, estabelecido por órgãos regulatórios, para evitar riscos à saúde.
Grávidas não podem usar adoçantes
Gestantes devem ter cautela no uso de adoçantes, evitando aqueles não testados ou excedendo os limites de ingestão estabelecidos, devido a preocupações com a saúde fetal.
Não é bom oferecer adoçante para crianças menores de 2 anos
Oferecer adoçantes a crianças menores de 2 anos não é recomendado devido a preocupações potenciais com o desenvolvimento e preferências alimentares.
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Fontes:
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia