Entender o tipo de obesidade ajuda a explicar os motivos que dão origem ao problema, favorecendo também a identificação da melhor abordagem terapêutica para o caso

A obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo excesso de peso. Trata-se de um problema de saúde pública que acomete pacientes de diferentes idades, incluindo crianças, adolescentes, adultos e idosos. Existem diferentes tipos de obesidade, a seguir detalharemos quais são.
Como é feito o cálculo de IMC?
Existem diferentes tipos de obesidade, sendo considerados obesos os indivíduos com índice de massa corporal (IMC) acima de 30. Esse valor é obtido a partir da divisão do peso do paciente (em kg) pela altura (em metros) ao quadrado. Um resultado entre 25 e 29,9 é considerado sobrepeso, enquanto índices acima de 30 são divididos em:
- Entre 30 a 34,9: obesidade grau I;
- De 35 a 39,9: obesidade grau II;
- Acima de 40: obesidade grau III ou mórbida.
Além dos diferentes graus descritos acima, existem tipos de obesidade com base na origem do problema e na distribuição de gordura corporal. Entenda melhor sobre eles a seguir.
Quais os tipos de obesidade?
É importante que os pacientes conheçam os tipos de obesidade, pois essa informação influencia diretamente na escolha dos tratamentos mais apropriados e abordagens clínicas para perda de peso.
Em relação às causas, podemos definir quatro tipos de obesidade:
- Obesidade endógena
É o tipo de obesidade desencadeada por causas orgânicas ou genéticas. Isso significa que fatores do próprio indivíduo, como presença de mutações genéticas ou problemas hormonais, levam ao ganho de peso acentuado.
Esse tipo de obesidade é pouco comum, correspondendo a apenas 5% do total dos casos de obesidade. Alguns fatores podem levar o médico endocrinologista a desconfiar da possibilidade de uma obesidade endógena:
- Alterações no exame físico como a presença de bócio (aumento da glândula tireoide), estrias grossas violáceas, hematomas espontâneos pelo corpo;
- Ganho súbito de peso;
- Sintomas como redução de libido, parada da menstruação, fraqueza muscular;
- Antecedente pessoal de cirurgia no sistema nervoso central;
- Alterações específicas em exames laboratoriais.
Alguns exemplos de doenças e condições que podem causar esse tipo de obesidade são a síndrome de Cushing, obesidade hipotalâmica, hipotireoidismo, deficiência de hormônios sexuais, deficiência do hormônio de crescimento e a obesidade genética.
A obesidade genética é ainda mais rara (< 1% dos casos) e trata-se de uma condição na qual o paciente ganhou peso de forma excessiva desde a infância em decorrência de mutações específicas no genoma. Nesse caso, é essencial a assistência do médico especialista em endocrinologia desde a infância para diagnóstico e tratamento precoce.
- Obesidade exógena
É o tipo de obesidade causada pela interação de fatores externos ao organismo, ou seja, resultado dos hábitos de vida do paciente. Os fatores ambientais, principalmente alimentação inadequada e sedentarismo, são os grandes vilões desse tipo de obesidade.
A obesidade exógena representa a maioria dos casos (cerca de 95%) e é o resultado da interação do estilo de vida atual das sociedades com fatores genéticos individuais. Sedentarismo, estresse, privação de sono, alimentação rica em açúcar, gorduras ruins e produtos industrializados são alguns exemplos de fatores ambientais que contribuem para esse tipo de obesidade.
A correria do dia a dia contribui para escolhas alimentares pouco saudáveis, favorece o hábito de comer rápido demais sem ter atenção à refeição e dificulta a organização para a prática de exercícios físicos. Essa situação de estresse e de falta de tempo para atividades pessoais, pode levar a problemas emocionais que fazem com que o indivíduo passe a comer mais, às vezes sem perceber, buscando uma válvula de escape.
Além disso, alguns medicamentos também podem contribuir para o ganho de peso, devendo ser reavaliado seu uso com o médico responsável caso o paciente evolua com excesso de peso.
Em relação à forma de distribuição de gordura no corpo, podemos definir outros tipos de obesidade:
- Obesidade central
Também chamada de obesidade visceral, abdominal ou andróide. Como o próprio nome já indica, é caracterizada pelo acúmulo de gordura predominantemente na região do abdome. Esse tipo de obesidade está relacionado a um maior risco de diabetes, pressão alta, ataque cardíaco, colesterol alto e esteatose hepática, pois o acúmulo da gordura nessa região gera um processo de inflamação que contribui para o surgimento dessas doenças. Assim, além da avaliação do peso, é importante a medição da circunferência abdominal nas consultas médicas.
- Obesidade periférica
Também chamada de obesidade glúteofemural ou ginecóide. Esse tipo de obesidade se caracteriza pelo acúmulo de gordura na região do quadril, glúteo e coxas, mais frequentemente encontrado nas mulheres. A obesidade periférica está mais comumente associada a varizes e problemas articulares nas pernas, mas também pode aumentar o risco de diabetes e doenças cardíacas.
Quais são os possíveis tratamentos para obesidade?
O diagnóstico dos tipos de obesidade e seu tratamento deve visar uma melhora da qualidade de vida do paciente, priorizando o bem-estar e a saúde, sem se tornar refém de fatores estéticos.
Para tal, é importante que a definição do tratamento da obesidade considere diferentes fatores específicos, como:
- Hábitos de vida;
- Qualidade de sono;
- Padrões alimentares;
- Aspectos emocionais;
- Histórico de saúde pessoal e familiar.
A partir dessas informações, o endocrinologista, médico mais qualificado para diagnosticar e direcionar o tratamento da obesidade, poderá definir a melhor abordagem, incluindo maneiras de restringir calorias, prática de exercícios físicos e uso de medicamentos.
Portanto, uma avaliação com o endocrinologista é o primeiro passo para entender os tipos de obesidade e a melhor abordagem ao caso. Agende sua consulta!
Fontes:
Clínica de Endocrinologia – Dra. Milena Miguita;
Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica;